O casarão da Fazenda Cacutá, em Valinhos, construído entre 1860 e 1865 em taipa de pilão e pau-a-pique, é um marco do ciclo cafeeiro paulista e da história regional. Tombada pelo Condephaat em 2004, hoje encontra-se em estado crítico, com parte do telhado colapsado e sérios riscos de desabamento. Para evitar a perda desse patrimônio, nasce o projeto cultural inscrito na Lei Rouanet, uma iniciativa da Brasil Restauro® em parceria com o Clube de Campo Vale Verde. A proposta prevê ações emergenciais, limpeza e organização dos escombros, além da elaboração dos projetos de conservação e restauro do casarão. Entre as medidas estão a instalação de uma sobrecobertura metálica provisória para proteger o imóvel, a triagem de elementos construtivos reaproveitáveis e o desenvolvimento de estudos históricos, levantamentos técnicos e diagnósticos que fundamentem soluções de preservação respeitando os métodos construtivos tradicionais.
Mais do que preservar paredes antigas, a iniciativa busca devolver à comunidade um patrimônio que integra a história da cidade e do país. Por isso, a proposta inclui também um amplo programa de educação patrimonial, com oficinas voltadas para estudantes e interessados da região, que terão a oportunidade de aprender sobre técnicas tradicionais, como taipa e pau-a-pique, e compreender sua importância para a conservação. Além disso, será criado um tour virtual em 360°, permitindo que o casarão possa ser visitado digitalmente por qualquer pessoa, em qualquer lugar, ampliando o acesso e a valorização da memória coletiva.
O orçamento total do projeto é de R$ 825 mil, distribuídos em ações emergenciais, projetos técnicos, oficinas comunitárias, comunicação e administração.
O restauro do casarão não é apenas um investimento em cultura e memória, mas também um gesto de compromisso com o futuro, com a sustentabilidade e com a Agenda 2030 da ONU, já que a proposta dialoga diretamente com objetivos de desenvolvimento sustentável. Apoiar esse projeto é ajudar a salvar um pedaço da história, transformar ruínas em conhecimento vivo e inspirar novas gerações a valorizar o patrimônio que nos conecta às nossas raízes.
